Macro e microeconomia na Folha de Pernambuco

Neide Andrade

As análises a seguir foram feitas a partir de reportagens publicadas na imprensa de Pernambuco. Uma com ênfase em macroeconomia e a segunda com ênfase em microeconomia. Será visto, adiante, as fontes utilizadas pelos jornalistas, a maneira que as reportagens foram construídas, assim como os seus métodos para tornar o assunto mais atrativo ao público.

A partir destas reportagens, a pesquisa explora a influência da macro e da microeconomia no contexto de Pernambuco, abordando os dois conceitos e mostrando como eles estão correlacionados. Observa-se, ainda, as diversas formas que os jornalistas encontram para fazer com que a notícia fique legível ao seu público, como, por exemplo, utilizando infográficos e situações em que os cidadãos vivem cotidianamente.

Reportagem com ênfase em macroeconomia: “Prévia do IPCA registra alta de 1,42%, em fevereiro”, Folha de Pernambuco, 24 de fevereiro de 2016

Por macroeconomia, entende-se a economia que abrange um país ou uma região de maneira geral, com influência massiva nas pessoas que fazem parte daquele espaço. Exemplos de assuntos macroeconômicos são a inflação, impostos e contas do governo.

A primeira reportagem (figura 1) foi publicada pela Folha de Pernambuco na quarta-feira (24) e fala sobre a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O Índice é medido pelo IBGE e usado pelo Banco Central do Brasil para medir a inflação.

Usando fontes oficiais, como o IBGE, a reportagem afirma que o IPCA teve a maior alta nos útlimos 12 meses, desde 2003. Esse dado é importante para que as pessoas tenham noção da crise econômica e possam comparar com outras fases da história do país.

Como a inflação no país é um assunto Macroeconômico, tende a ficar mais distante da população, por isso, elementos microeconômicos são utilizados, para aproximar o leitor da realidade. A matéria utiliza, por exemplo, a alta dos preços nas feiras alimentícias, como a cenoura (24,26%), além de transporte público e bebidas. O jornal utilizou, ainda, um infográfico para deixar o material mais didático.

Outro tipo de fonte utilizada foi a independente, como especialistas da agência internacional Bloomberg, que esperavam uma aceleração menor da inflação.

Nota-se, portanto, que apesar do pouco espaço concedido à reportagem, a principal preoupação é a de fazer o leitor entender a relação que elementos da macroeconomia influenciam no dia-a-dia econômico do cidadão, no caso, a microeconomia.

Leia a matéria na íntegra:

 

Macroeconomia

Reportagem com ênfase em microeconomia: “Emlurb e CTTU entram e greve na segunda”, Folha de Pernambuco, 24 de fevereiro de 2016

Por microeconomia entende-se a economia direcionada aos cidadãos de maneira específica. Diferente da macroeconomia, os assuntos de microeconomia afetam um público menor como, por exemplo, a alta do preço dos tomates, que afeta apenas os seus consumidores. Os problemas microeconômicos são, geralmente, desencadeados por uma crise macroeconômica e afetam diretamente o cidadão, que sente a diferença no bolso.

A Reportagem a seguir foi publicada na terça-feira (24) pela Folha de Pernambuco e trata de um assunto de microeconomia, porque influencia diretamente no bolso do cidadão: greve em busca de aumento salarial para servidores municipais.

As fontes ouvidas são as mais diversas, desde representantes dos sindicatos, que expõem a sua preocupação e indignação com os salários, assim como fontes da Prefeitura, que tentam se justificar com o porquê de não aumentar o salário dos servidores.

A matéria é legível, de maneira que se pode entender os termos e os motivos pelos quais se aumenta ou não o vencimento dos profissionais e busca essas justificativas em elementos macroeconômicos, como, por exemplo, a arrecadação do município. Se a arrecadação não é suficiente, portanto, não se tem dinheiro suficiente para aumentar os salários.

As consequências apontadas pela economia fragilizada é apontada não somente para os servidores, mas para toda a população e a matéria destaca que a coleta de lixo pode ser prejudicada, assim como pode haver greves na educação e na saúde.

Dessa forma, o jornalista, mais uma vez, aproxima o público do problema, como um atrativo para ler a matéria e, assim, consumir o conteúdo que precisa ser traduzido para que todos entendam.

Leia a matéria na íntegra:

Microeconomia

Conclusão:

Esta pesquisa analisou duas reportagens publicadas no dia 24 de fevereiro de 2016 na Folha de Pernambuco. A primeira, com ênfase no assunto da inflação, trata a macroeconomia, assunto que diz respeito a economia de todo o país, no seu conjunto completo. Mas para observar de forma didática, foram utilizados problemas cotidianos, como, por exemplo, a alta dos preços a serem pagos pelo consumidor nas suas compras rotineiras. Observa-se, portanto, que o jornalista precisou utilizar a microeconomia para ilustrar e explicar a macroeconomia.

A segunda reportagem diz respeito a reinvidicação de servidores municipais para aumentar seus salários, assunto, portanto, de microeconomia, porque diz respeito ao comportamento dos consumidores e de empresas. Observa-se que, nesta reportagem, o contrário aconteceu, o problema dos servidores municipais foi justificado pela baixa arrecadação da Prefeitura, que é um assunto de macroeconomia.

Dessa forma, é possível inferir que os conceitos de macro e microeconomia são complementares, em que um explica e justifica o outro, porque a economia é um único conjuto, em que todos sentem as consequências de maneiras diferentes, sejam elas positivas ou negativas. O jornalista econômico deve, portanto, ensinar ao seu público sobre esses conceitos da maneira que foi feita na reportagem, abrigando os dois universos no texto para ilustrar ou justificar, tornando o assunto mais didático e, assim, contribuindo para formar uma sociedade mais informada e empoderada.