Cade indica aprovação da compra do HSBC Brasil pelo Bradesco

Ysabela Nascimento

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação da compra do HSBC Brasil pelo Bradesco, desde que um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) entre o Cade e o Bradesco seja firmado tendo o HSBC como interveniente. A decisão foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (4). Os conselheiros do tribunal do Cade podem aprovar ou reprovar a operação e ainda adotar medidas para afastar problemas de concorrência.

O Acordo em Controle de Concentrações (ACC) foi elaborado após a Superitendência Geral do Cade ter analisado estatisticamente o mercado bancário brasileiro. O acordo envolve medidas agrupadas em quatro eixos: comunicação e transparência, treinamento dos servidores bancários, indicadores de qualidade dos serviços e compliance.

Mesmo o Bradesco sendo o quarto maior banco do país em ativos totais e o HSBC o sexto, com a aquisição, o banco continuará em sua posição, ficando atrás do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Itaú, com 20% de mercado.

 O Cade informou que foram identificadas preocupações e problemáticas no Banco Bradesco: os elevados índices de reclamação em relação à qualidade dos serviços bancários, a baixa portabilidade e a participação de mercado do banco em número de agências em determinados municípios, mesmo assim o banco se comprometeu em adotar 16 medidas comportamentais para mitigiar a preocupação do Cade.

Serão 16 medidas adotadas como operações de crédito e qualidade, melhorias de indicadores relacionados à portabilidade da conta salário, diminuição de reclamações no atendimento aos clientes e divulgação de informações sobre o cadastro positivo.

A operação entre Bradesco e HSBC Brasil foi anunciada em agosto do ano passado por US$ 5,2 bilhões. O Banco Central aprovou a compra no início de janeiro, mas a análise do Cade foi demorada.  Com esse intervalo de tempo, a concorrência voou nos clientes do HSBC. O banco teve resgates líquidos em fundos, por exemplo.

Macro e microeconomia no Jornal do Commercio

Ysabela Nascimento

Neste trabalho é possível observar duas análises que foram feitas com ênfase em microeconomia e a outra em macroeconomia, a partir de reportagens publicadas no Jornal do Commercio Impresso. As análises mostrarão a forma de construção das matérias, os métodos de abordagens e ilustrações que servem para atrair a atenção do leitor e as fontes que foram utilizadas para mostrar a importância da notícia.

 O objetivo destas análises, usando a influência desses dois conceitos: a microeconomia e a macroeconomia é trazer com uma abordagem simples, exemplos reais que tornem mais fácil a compreensão para o leitor de como a economia influencia às tomadas de decisão no domínio das organizações, e na estruturação dos sistemas econômicos. Mostrar relações cotidianas que os cidadãos enfrentam para o melhor entendimento.

Tributo da Páscoa passa de 54%”, Jornal do Commercio, 15 de março de     2016. (Macroeconomia)

Pode-se entender que Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisa os valores econômicos de um grande grupo, sem considerar as particularidades dos seus membros. Existe uma perspectiva geral. Os principais estudos da macroeconomia é a redução da inflação, a estabilização dos preços, o desenvolvimento do crescimento econômico, emprego e desemprego e os produtos e renda produzidos por um território (Produto Interno Bruto – PIB).

Para mostrar um exemplo mais detalhado, analisei a matéria que foi publicada na última terça-feira (15) pelo Jornal do Commercio que trata sobre a macroeconomia. Na matéria, o jornalista explica que ao chegar ao ponto de venda, um ovo de páscoa aumentou 32% a mais só de impostos. Que o vinho, por se tratar de bebida alcoólica, subiu quase 55%, e produtos como azeite, bacalhau e o peixe subiram 18% cada.

Uma pesquisa realizada pela consultoria BDO, foi uma das principais fontes trazendo dados estudados através da cobrança do Imposto sobre Produtos   Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Valmir Oliveira da consultoria explicou que chegou aos percentuais sem incluir os impostos pagos pelo empresário sobre o lucro e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O advogado Alexandre Albuquerque que também foi uma fonte e explica que a nossa carga tributária não é condizente com os serviços ofertados pelo Estado.

A matéria não traz gráficos, mas traz ilustrações com percentuais bem simples e de fácil entendimento ao leitor. É tranquilo perceber que a matéria fala sobre os altos valores que o consumidor vai pagar para ter uma páscoa que satisfatória.

O jornalista traz à tona um assunto que está em alta pela aproximação da páscoa. Sendo assim, a atenção das pessoas é voltada para aquela determinada informação.

Matéria analisada:

PIB do Estado caiu 4,5%, diz consultoria”, Jornal do Commercio, 15 de março de 2016. (Microeconomia)

Pode-se entender que a microeconomia estuda o comportamento de cada unidade econômica, e a relação existente entre elas, no caso, produtores, consumidores, e mercados. Afetam diretamente o cidadão que sempre sente a diferença no bolso. Por exemplo, o aumento do custo da cesta básica que toma 43,23% do salário mínimo do recifense. O que acontece também é que empresas acabam desenvolvendo técnicas de criação de necessidades para atrair consumidores e determinar o preço de um bem ou serviço.

A matéria a seguir também foi publicada no Jornal do Commercio na última terça-feira (15) e fala sobre a queda do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado.

Como fonte oficial, foi usado a Condepe/Fidem que é vinculada ao governo estadual, realiza análises socioeconômicas e tem vínculo direto como o IBGE e acesso a dados mais específicos. O jornalista começa explicando que o Boletim Focus que saiu na segunda-feira (14) mostrou que a projeção da atividade econômica do país piorou este ano e que o percentual de Pernambuco está abaixo da média nacional. Dados e percentuais foram usados para que as pessoas tenham noção da crise econômica do país, mas com ênfase no estado de Pernambuco.

Por ser um assunto distante da população, que as pessoas não procuram tanto, o jornalista usou elementos microeconômicos para aproximar o leitor da realidade. A matéria usa exemplos comparando outros estados do Nordeste e fala sobre a falta de investimento em infraestrutura e queda do consumo nos setores de comércio e serviços, o que contribui para a queda. Na matéria ficou faltando um elemento para deixar o material mais didático.

É possível observar que com um espaço relativamente bom para uma matéria, mesmo com a preocupação de mostrar ao leitor a relação dos elementos macro e microeconômicos que influenciam no dia do cidadão economicamente, poderia ter sido feita com mais atenção. Existem vários percentuais e apenas uma foto, como se tanto fez ou tanto faz o leitor entender ou não. A mensagem foi passada.

Matéria analisada:

Conclusão:

Foi possível observar que os conceitos de macro e microeconomia justificam e completam um ao outro. E que na economia, todas as pessoas sentem as consequências sendo elas negativas ou positivas. O jornalista de economia deve empoderar e informar mais a população sobre esses conceitos de forma mais dinâmica, e com uma forma diferente para que atraia a visão e o interesse do leitor,  não só engolir aquela informação, mas também entender.

A pesquisa realizada para analisar o conceito de macroeconomia publicada em 15 de março de 2016 no Jornal do Commercio com ênfase no assunto do aumento do tributo da páscoa, diz respeito à economia de todo o país, num conjunto completo. A gente consegue enxergar que para o melhor entendimento do leitor, foram usados simples argumentos. A data comemorativa e segundo pela ilustração apresentada com a porcentagem elevada.

A outra matéria analisada que diz respeito ao PIB, trouxe à tona o comportamento dos consumidores de um determinado estado, não do país, se tratando de microeconomia. Foi mais fácil de interpretar. Ele usou problemas de uma região para contextualizar e informar a queda do PIB em um estado.